Resolvi trazer este relato na época do ano talvez mais propícia, o mês que se fala muito em saúde mental.
Meu primeiro contato com a psicologia foi como pra boa parte das pessoas: eu estava adoecido.
Passei por um luto muito intenso e com o passar do tempo uma tristeza crescia dentro de mim somada a uma falta de sentido nas coisas da vida. E por mais que eu estivesse sofrendo, eu não compreendia que precisava de uma ajuda profissional. Na verdade eu reconhecia que não estava bem, mas sempre que eu comentava com alguém próximo, meu sentimento era invalidado - e aqui aproveito pra te dizer: ouça a sua intuição.
E só após 5 anos do episódio do luto (anos esses com muito sofrimento emocional e prejuízos sociais) foi que eu tive a minha primeira sessão de psicoterapia. A partir daí eu comecei a mudar tanto e tanto, que nem parece que já fui o Guilherme de 15 anos atrás, mas recordo com carinho - afinal, é a minha história. Então um certo dia eu tive um “clique” e decidi que queria que o meu trabalho ofertasse para as pessoas esse mesmo espanto positivo que tenho quando me comparo com meu eu do passado.
O caminho que já percorri não foi fácil, tive momentos de recaída e até penso que se não tivesse “esperado” cinco anos para buscar ajuda, talvez tivesse sido um pouco mais tranquilo. Mas não me culpo e realmente sou muito grato pela minha transformação pessoal, que não para, e hoje (seguindo aquele desejo do “clique” de anos atrás) me tornei psicólogo e decidi direcionar meu trabalho para outros homens em suas situações desafiadoras.
Nós não nascemos prontos e mesmo quando adultos não somos imutáveis. Estamos em processo de mudança o tempo todo. Se você está passando por uma situação ou período que esteja difícil, talvez seja o momento de procurar por um auxílio. Não espere piorar. Persista, invista em você.

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